7/17/2006

TEATRO DE COLARINHO AZUL
Esta noite, na Teatroesfera, em pleno Monte Abraão, culmina o 4º Festival Internacional de Café-Teatro da Cidade de Queluz: o FINCA-TE!. Nele, artistas nacionais juntos com vedetas vindas de França, Espanha, Reino Unido, Itália e Moçambique têm adocicado os palatos cafeinados dos espectantes.
A sala de espectáculos situa-se algures entre a linha de comboios local, o McDonald's do sítio e o clube desportivo das redondezas. Pratica preçários que competem com bilhetes de cinema de Colombos e Vascos das Gamas. Sustenta sobre o palco uma média de três peças por ano, recitais de poesia, festivais (como o anunciado) e oficinas de expressão dramática várias. Que mais? Vende.
O facto de um teatro sito num país que eu chamo Subúrbia sobreviver quatro anos de cadeiras forradas de interessados e holofotes luzindo sobre bom talento é, em si, um punho calejado com anel e relógio na beiça do Ministério da Cultura, dos institutos para as artes e de todas as gravatas que vêem na Arte apenas algo que condiga com o tapete do hall.
Obrigado, Teatrosfera, por levarem o meu colarinho azul e o de tantas demais almas subsalariadas a outro Drama que o nosso.
NUNO DISSE

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