Apatia e abulia. Mais comungam que na rima. São os pilares de Letras. Não intento uma desfeita à minha casa. Tudo fiz sob aquele tecto que também o amor. E algo meu sedimenta agora o estuque daquela faculdade. Uma religio sem re-.
Preocupa-me o curso que ali se lecciona e o seu como. Na prática, ensina-se a ler. Na teoria, é tudo quanto é: teoria. À parte do trabalho do Departamento de Estudos Clássicos, onde há consenso programático entre os docentes e um diálogo bem-logrado entre professores e discentes, via oral ou internética. E o mais? Dá-se matéria. Mas matéria que a é. Táctil como um palmo e substante como sopa. Julgo que tal se deva ao contacto destes latinados e gréculos com a educação pura. Não a Universidade do conhecimento à la Trivial Pursuit, mas a das lições dos antigos. Sempre me impressionou o pragmatismo daquelas humanidades. Dou muita da minha escrita à retórica segundo Aristóteles e à argumentação segundo Cícero. Nenhum workshop de jornalismo faz jus à metodologia de um e nenhuma cátedra de Direito à articulação quase óssea do outro. Nem poética há como a de Horácio, tão simples e vera que frusta o saber que a arte da lira é como a faz: vera e simples. Sim, declinei com gozo o erotismo de Catulo e gastei o dicionário para entender a tempo a anedota do Marcial. E aprendi a escrever.
A escolástica greco-latina é notícia de ontem. Mas algo naqueles fólios concentra didactismo como Sunquick. A aplicação do sabido, mediata como um CD saído do invólucro. Penso que o sucesso do modelo educativo anglo-saxónico advém do sintetismo, pensado e escrito, das línguas concisíssimas dos romanos e gregos. E o que de práctico ali havia.Reler estes autores é como vislumbrar um álbum de família. Logo se discerne quem se é e a custo de quantos. Sabe-se o que se ganhou e perdeu-se. Não me refiro aos olhos verdes do meu avô António ou ao coxeio da bisavó Diolinda, mas do ensino entre os mediterrânicos azeitoneiros. Sim, atentem os ministérios da educação para o gene do aluno. Porque não?
Não fomos feitos para Bolonhas burocráticas, gentes do Lácio.
NONIVS DIXIT
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