5/15/2006



O Portugal das dezenas de anos rasuradas a encarnado pela afiada ponta da pena da PIDE acaba numa esplendorosa manhã cravejada de vermelho de abril, e com ela impõe-se a liberdade! liberdade de se ser e se dizer o que é e o que se é sem restrições ou medo de represálias. Adquire assim redobrada responsabilidade a função de informar, e hoje parece ser demasiada a informação a tratar todos os dias. Na verdade o mundo ficou cada vez mais pequeno, cada vez mais rápido, e o transeunte amnesiado pelo plano tridimensional está cada vez mais esclarecido quanto à conjuntura política mundial ( ou pensa que está, vá-se lá saber...) e ainda assim, continua a agir perfeitamente a propósito daquilo que hipocritamente critica! Pedimos paz, mas permitimos com um encolher de ombros, que nações maiores ou mais pequenas, mais ricas ou mais pobres, se arroguem o direito de fazer explodir a Terra em cogumelos atómicos espetaculares, no culminar de um jogo de demonstrações de detenção da Verdade (o meu Deus é maior que o teu?..). Reclamamos porque a gasolina está pela hora da morte e os americanos que foram para o Iraque e venham de lá dizer-nos que foi porque o Saddam tinha armas biológicas e coisas que tais e que era um ditador (como se fossem um tipo de governante em extinção) mas continuamos (alguns hipócritas de nós) a suar em bica às 10 da manhã num qualquer quilómetro do IC19. Berramos porque não tarda não há reformas e continuamos a pagar serviços mais baratos a mecânicos de ocasião por serem sem factura, comovemo-nos com o monte de cobertores na esquina do banco de qualquer cidade mas temos de fazer a nossa vidinha, acordamos lemos o jornal da manhã e julgamos,pfff, dizemos que isto é uma vergonha... Devia portanto a imprensa ter um papel mais proactivo na sociedade? Ou tê-lo-á deveras? E se tem será o mais influente aquele que melhor capacidade tiver de manobrar o inconsciente do incauto transeunte? Pois sim! Há no entanto, e graças a esse grande negócio que é a banalização da auto estrada da informação, blogues que ninguém lê, informação que fica contida em quase vácuo, herméticas, se não com sorte, como num tupperware dos verdadeiros, para deleite dos que ousam o dizer-se o que se pensa, por mais banal que seja. Um bem sejam para esses.

a muito pouco diretriz por esta altura, Joana
foto: Alfredo Cunha encontrada num outro blogue muito ao acaso

5/08/2006

O num 64 aqui

5/06/2006